quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Henri Matisse


“Matisse. Le Voyage en Polynésie” (excerto) de Paule Laudon. 1999.
Société Nouvelle Adam Bido. Paris

"Matisse, “para quem desenhar é tornar uma ideia mais precisa”, enche em Papeete álbuns de desenhos, para assim forjar a renovação, que é o objectivo da sua viagem. Ao contrário da ideia, que ele próprio criou, trabalha todos os dias, aqui no seu quarto, nas horas quentes, ou nos jardins da cidade, antes das suas voltas à ilha. O seu caderno de esboços não o deixa. Com a finura do seu olhar, a mestria da sua arte onde o traço linear contínuo adquire cada vez mais importância, desenha em todo o lado, frequentemente durante várias horas. Mas muito menos do que o habitual.

Por causa do calor sufocante, fatigante e, sobretudo, da humidade do ar, que suporta mal, é menos activo do que na metrópole. O que dá a impressão de não fazer nada, de perder o seu tempo, para alguém cujo “trabalho é complemento indispensável da vida”.

Desenha o quarto, os móveis, a cómoda e, no seu espelho, o seu autorretrato, para o qual põe o seu chapéu colonial. Num outro dia, olhando-se ao espelho, ele fez um esboço, sempre para Amélie, onde ele se encontra sentado de torso nu, um “pareo” à volta dos rins, escrevendo sobre os joelhos, no cadeirão de baloiço."


Henri Matisse, auto-retrato, 1906

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